segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

"Don't let the sun in your heart decay"

Hoje (ontem. Já passa de 0h45) foi um dia estranho. Mas bom.


Sabemos todos: a vida não é um mar de rosas. Contudo...


Pra começo de conversa, eu resolvi escrever e postar aqui novamente, após tanto tempo. Concordo que não é meu tipo habitual de postagem... mas, ultimamente, não postar é meu hábito. Quem se importa?

Ontem (anteontem), depois de levar os cães para tomar um (merecido) banho profissional, eu tomei café da manhã na casa da minha mãe. Meu irmão acordou de mau humor, algo relativamente constante nos últimos meses. Minha mãe demonstra preocupação, e sua preocupação lhe causa mais mau humor. Parecia ser início de um dia terrível.

Trouxe-o para minha casa comigo, a fim apenas de atenuar os ânimos. Depois das minhas habituais (e normalmente sem sucesso) tentativas de conversar mais profundamente com meu irmão, eis que o esperado aconteceu: ele se abriu. Conversou comigo, me disse o que sentia. Ao contrário do que se afirma (e até eu suspeitava), meu irmão não é um robô. Ele só é, digamos... parecido comigo. Acho que a última vez que meu irmão demonstrou os sentimentos dele para mim ele devia ter uns 2 anos e devia estar chorando de fome ou porque precisava trocar a fralda.

Também ontem (anteontem), depois de buscar os cães, almocei com meus sogros e foi bom. Não que normalmente não seja, sempre é. Nós conversamos e rimos bastante, só acho que nem sempre dou o devido valor a estes bons momentos. À tarde, tomei café com minha mãe. Minha noiva conversando com ela espontaneamente sugeriu um almoço para hoje (ontem). Não só se convidou para almoçar lá, mas ofereceu-se para cozinhar. Panquecas. E estavam ótimas, por sinal. Como sempre.

Nesse meio tempo, liguei para a minha avó para desejar feliz aniversário. Meu pai foi ao Rio de Janeiro para visitá-la, mas, devido a alguns afazeres acumulados (muitos graças à minha constante procrastinação), não pude ir. Enfim, falei com ela, dei os parabéns, aquele velho discurso, passei o telefone para o meu irmão que fez o mesmo e... eis que minha noiva pede o telefone para falar com ela. Eu sei, "grande coisa", "não é nada demais", mas só de ela espontaneamente querer falar com a minha avó, com quem não tem nenhum parentesco, e se dar ao trabalho de se esforçar para entender metade do que ela fala (às vezes, nem eu entendo), achei isso bastante... gentil, eu acho.

Depois do almoço, levei minha mãe ao trabalho (trabalhar domingo, eu sei, nenhum dia é perfeito) e no caminho, parado no sinal, um cara no carro ao lado fazia sinais para mim. Demorei alguns segundos para perceber que minha porta estava aberta. Sinalizei agradecendo e fechei, continuando meu trajeto. Deixei minha mãe no trabalho e voltei para buscar minha noiva e irmos para casa.

À noite ainda fomos à missa, minha noiva e eu, outro hábito que há tempos deixei de sustentar. Até o Padre me cumprimentou pessoalmente e pareceu demonstrar sincera satisfação em me ver lá depois de tanto tempo. Pois é...


Tudo o que relatei até aqui aconteceu de fato. Segundo Machado de Assis, "a verdade pode ser, às vezes, inverossímil". Mas aconteceu. Aliás, aconteceu muito mais.


Pois é, a vida não é mesmo um mar de rosas. Mas, em dias como estes, eu até recupero a minha fé. Talvez a humanidade não esteja totalmente perdida, não tenha dado tão definitivamente errado assim, como eu costumo dizer. Talvez (talvez...) ainda haja esperança.

Talvez eu não devesse reclamar tanto de tudo, ser tão pessimista. Como eu mesmo já disse outra vez, "às vezes, a vida nem parece tão ruim assim".

E já passam, agora, de 1h25. Ontem (ou hoje?) foi um dia bom.