quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

"Nothing Changes..."

Trinta de dezembro de dois mil e nove. O relógio marca, agora, 21h40.

Época de retrospectivas do ano que finda e de projeções para o ano seguinte. Enquanto alguns acompanham as previsões de pais-de-santo, médiuns, astrólogos, ciganas e semelhantes, outros fazem seus próprios planos, suas promessas, com base principalmente no que não foi cumprido em 2009. Não que eu estivesse com isso na mente, de fato não estava, mas algo me fez começar a refletir...

Quando se está de férias (mesmo que agora tratem-se de férias “definitivas”), ganha-se muito tempo para ver TV naqueles horários mais ociosos do dia. Pois bem, estava eu vendo o Vídeo Show, que não sei se continua sendo ao vivo nesses dias de fim de ano, quando a (belíssima) Fiorella Mattheis fez a seguinte pergunta ao grande André Marques: “André, me responda o seguinte... O que você fez em 2009 que não pretende repetir em 2010?”. Ele pensou durante alguns longos segundos até se dar conta de que haveria de pensar muito mais para chegar a qualquer conclusão.

A questão do arrependimento sempre foi algo muito abstrato e utópico para mim. Se fosse eu a responder essa pergunta... Bem, não consigo me lembrar de nada de errado que eu tenha feito o ano inteiro. Se fosse errado (ou eu assim pensasse), eu não faria. Só consigo pensar no que deixei de fazer, de falar, de sentir. Curiosamente ou não, é sempre a omissão que me causa mais arrependimento, não um simples ato. Passa pela minha cabeça agora todos os momentos em que fiquei calado, inerte, momentos que poderiam estar hoje entre os que me recordo com felicidade. Com satisfação, eu diria.

“And I want to be with you, be with you night and day
Nothing changes on New Year's day”


Eis aí a nossa realidade estampada em um verso de canção. De 1983, pasmem.


Ainda assim, desejo e espero um 2010 melhor do que 2009. Com mais saúde, com mais dinheiro, com mais amor e com mais sexo, não necessariamente nesta ordem. Com mais amigos, ou simplesmente com melhores. Com mais ações e menos promessas. Que 2010 seja um ano proveitoso, para que em dezembro não se precise fazer novas (novas?) promessas para o ano seguinte.

E o relógio marca, agora, 22h23.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

"I Hear The Sound of Bells"

Confesso que gosto desta cultura natalina ocidental, em que a gente se esquece que 25 de Dezembro era uma data em que os romanos comemoravam uma tal Festa do Sol, que virou símbolo para o nascimento de um tal Messias, o Salvador, que na verdade teria nascido por volta de Setembro ou Outubro. Em todo caso, meus sinceros parabéns e votos de felicidade ao aniversariante Jesus Cristo. 2009 anos com aparência de 33, não é pra qualquer um.

A gente também lembra que não existe um velho barbudo que se veste de vermelho e voa num trenó puxado por renas, mas esquece que existiu, sim, um tal São Nicolau que deu origem a toda essa lenda.


Mas eu gosto. A famíla se aglomera, problemas se dissolvem, se resolvem, parece mágica mesmo. Coisa do 'Espírito Natalino'? Deve ser... Pra quem não acredita em Papai Noel, vale acreditar nisso. Bem, eu acredito.


A Great Big Sled - The Killers



"I wanna roll around like a kid in the snow...
I wanna relearn what I already know.
Just let me take flight dressed in red,
Through the night on a great big sled...

I wanna wish you Merry Christmas!"

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O Fim

Esqueça o valor clichê desta frase e considere: mais do que nunca, o fim está próximo. Tão próximo que se torna visível, palpável. Quase incômodo. Durante esses três anos, me lembro bem, meu grande estímulo foi a esperança de que o dia de amanhã chegasse logo, tão logo fosse possível. Antes de entrar no Cefet a gente tem uma certa ilusão... que parece se desfazer lá dentro em, no máximo, um ano. Foi difícil, de fato. Não sei exatamente por que me sinto tão tocado por isso agora, justo agora. Do que vou sentir falta? De quem? De tudo, de todos, ora. Não há uma singularidade, não há qualquer particularidade nisso. Felizmente.

Pouquíssimo tempo atrás (no início dessa semana, mais precisamente) eu afirmava convictamente que esses foram os três anos mais longos da minha vida. Com mais certeza ainda, dizia que esta última semana seria a mais longa dos três anos. Ah, Victor... Não tente negar.


Há duas músicas que representam bem meu sentimento nesse momento. Afinal, já diz Lulu Santos que “hoje o tempo voa, amor, escorre pelas mãos...”:


Tempos Modernos (Ao Vivo) - Lulu Santos


Não sou do tipo de pessoa que se deixa tocar assim, facilmente. E quem me conhece sabe (bem) disso. Mas estou tomado por um sentimento muito distinto, nada habitual. É difícil descrever se isso é bom ou ruim.


Inegavelmente, sentirei muita, muita falta do convívio diário com cada um dos amigos que fiz nessa escola. Razões para isso não tenho. Ou as desconheço, simplesmente. Mas não preciso. Ninguém precisa.


“ Our time is running out... You can't push it underground, we can't stop it screaming out... ”


Time is Running Out (Live) - Muse

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

"Há um Céu sobre mim"

Pessimismo é pensar que algo vai dar errado.

Ter a certeza de que algo vai dar errado é só certeza.

Boa noite.



" There's a heaven above you, baby... And don't you cry tonight "

domingo, 6 de dezembro de 2009

"O indivíduo frente à ética nacional"

Boa noite.

Cento e oitenta questões e uma redação depois, estou de volta. São e salvo. Estive ausente nos últimos dias, não sei ao certo quanto tempo. Bem, fim de semana de Enem e de Hexa Rubro-Negro. Movimentado, não? Penso que não poderia deixar de postar num período como este.

Se você também fez o Enem, conhece a proposta para tema da redação. Se não, você pode consultar o site do Inep, Mec, enfim... Não vou postar aquilo tudo aqui, perdoe-me.

Agora que você (presumo eu) conhece o tema, pode ler a minha redação. Ou não.

A Redenção Moral

Não é difícil depararmo-nos com a situação da ética nacional como motivo de piadas, de protestos acéfalos, por vezes (para os beneficiados) até de alegria, embora esta seja, antes de tudo, motivo apenas de tristeza e lástimas.

A indignação é apenas um marco, um passo inicial para a reação, não um simples ciclo vicioso e eterno, como quem diz “Estamos indignados, mas não podemos fazer nada”.

A ferida na honra nacional é real, está exposta para qualquer um que queira vê-la e, mais do que isso, é frequentemente agravada por acontecimentos (lamentavelmente) já cotidianos. São tantos os desvios, as sonegações, os superfaturamentos que já quase não nos incomodamos com a dor, nós a sentimos e suportamos. Calados.

Não é um estímulo para que permaneçamos “gemendo e chorando neste vale de lágrimas”. A redenção é sempre possível, mesmo que isso soe messiânico demais. Estejamos sempre atentos, para que não tenhamos o descuido de condená-lo outra vez.