quarta-feira, 10 de agosto de 2011

ClimaTempo.com.br

E, desejando que aquela noite durasse muito tempo, deitou-se para dormir. Não queria que amanhecesse, não queria acordar, mas ao mesmo tempo queria que os dias passassem rápido. Já fazia algum tempo que o álcool deixara de ser um entretenimento interessante, uma distração realmente eficaz e válida. Virou-se para o lado, ficando de costas pra TV ligada, à qual já não dava a menor atenção àquela altura da noite. Cobriu-se e fechou os olhos, assim permanecendo por uns cinco ou dez... segundos. Descobriu-se, voltou a virar-se para a TV. Algo pra ocupar a mente, algo pra distrair, algo pra fazer o tempo passar... tornou a cobrir-se, resmungando sozinho por causa do frio causado pelo ar condicionado que havia ligado mais cedo e propositalmente ajustado na temperatura mais baixa possível. Não sabia exatamente por que tinha feito isso, nem desejava saber.


Olhou para o relógio, involuntariamente. E, aparentemente, sem motivos. Tinha a impressão de já saber que horas eram, pois olhara o relógio horas atrás e só se passaram cinco minutos. E o que dizer dos dias? Uma eternidade entre dois dias, dois longos e teimosos dias. Quanto tempo faltaria? Não poderia precisar e, na verdade, tinha até um certo receio em saber o número exato, quanto tempo faltaria para que pudesse voltar para casa... temia que fosse muito, que fosse demais.


Levantou-se, caminhou até a geladeira e se serviu de mais um copo cheio d’água. O terceiro, pelo menos nos últimos quarenta minutos. Bebeu apenas a metade e abandonou-o na mesa ao lado da cama. Sentou-se e puxou seu computador para perto. Faria uma última consulta na internet e dormiria, promessa pra si mesmo.


Clicou no primeiro resultado da busca, abrindo um novo site. Mais meio gole na água enquanto digitava aquele nome meio complicado... pronto, ali estava o que ele procurou.


Previsão do tempo para amanhã em Itanhaém-SP: céu parcialmente nublado, possibilidade de chuva no fim da tarde e certeza de solidão o dia todo.

domingo, 8 de maio de 2011

Manhê!

Já passava das 7h15 da manhã quando o sol invadiu o meu quarto, os raios me fulminando na cama. Quando pude enxergar algo, vi quem tinha aberto minhas cortinas:

- Anda, menino, acorda. Quer chegar atrasado na escola de novo?

- Ah, mãe... não quero ir hoje!

- Não quer ir? Pode parar com essa conversa. Anda, levanta logo! Você tem hora.

- Mãe, eu não aguento mais aqueles garotos. Eles são muitos e não posso contra eles, já tentei de tudo. Não vou.

- Olha, só vou falar uma vez: primeiro, já tá na hora de você parar de se intimidar por esses garotos; segundo, você já tem 34 anos; e terceiro... você é o diretor daquela escola!

(Autor Esquecido)
_

Tá aí, pra quem mais se identificar. Só um de muitos exemplos de mães que temos, cada uma no seu estilo, mas todas iguais em essência. Ser mãe é uma arte, das mais difíceis que conheço, e nós filhos não costumamos colaborar muito pra que isso se torne mais fácil.

Fica o meu salve pra todas as mães, mas em especial para a minha. Pois é, dona Lena, seu filho só não sabe dizer isso da melhor forma, mas ele te ama muito. ♥

sábado, 30 de abril de 2011

After all...

“E devo lhes dizer, rapazes, que eu não sou cão, eu não sou monstro, eu não sou esse machão beligerante criptofacista politicamente incorreto pós-moderno e pós-industrial.”


KING, Stephen. 'O Apanhador de Sonhos. Cap. 10, pt. 6, pg. 164



Ando lendo Stephen King e ouvindo Daft Punk. Ando trabalhando muito e lucrando pouco. Ando falando verdades e crendo em mentiras. Ando ouvindo muito e me importando pouco. Ando reclamando demais e resolvendo de menos. Ando dormindo muito e comendo pouco. Ando tomando pouca cerveja e muito no cu. Ando sorrindo muito e rindo pouco. Ando enganando a alguns e não convencendo a mim mesmo.


Human After All (Live) – Daft Punk


Ando vivendo. Apesar de tudo.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Freud explica?

- Boa tarde, doutor.


- Boa tarde, meu caro. Quanto tempo. Como tem sido desde a alta?


- Eu saí daqui muito melhor, doutor. Vivi muito bem os últimos meses. Me sentia são.


- Que ótimo. Mas o que o traz aqui de volta?


- Bem... estou muito preocupado, doutor.


- Por quê?


- Você lembra quando eu freqüentava seu consultório semanalmente... eu dizia que ouvia vozes, não dizia?


- Dizia, sim. Elas voltaram?


- Não.


- Então o que houve?


- Elas se foram.

_

Voices Inside My Head - The Police

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Why don't you tell me?

Não, a vida não anda fácil... mas quem disse que seria?

Há quem se deixe enganar, é verdade. Mas quem diria que eu seria um destes? After all... We never know.

Não tenho a quem culpar, e no fundo isso é bom. Aprendo assim a lidar com as falhas, a notá-las por mim mesmo e, a parte mais difícil, superá-las.


Uma coisa que diziam e que eu não levava a sério é que 'a vida não é para os fracos', frase clichê usada por qualquer zé mané hoje em dia. Mas ainda verdadeira e válida até para os que se dizem 'fortes'.

And then you go home,
With you on your own,
What do you really know?

Mr Writer... why don't you tell it like it is?
Why dont you tell it like it really is
Before you go on home?