terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Vítima

Não sou do tipo que crê em destino, do tipo que teme, ou pior, que se sujeita a algo supostamente pré-determinado. Sei que não devo me queixar tanto de tudo o que me aflige, pois tenho considerável parcela de responsabilidade em boa parte disso tudo. Felizmente (?) somos seres racionais o suficiente para enxergar, analisar e solucionar tais aflições. Em tese, ao menos.

Lembro-me de quando escrevi aqui mesmo a respeito do livre arbítrio. Acho que cheguei a questioná-lo em certos pontos. Mesmo com todas as ressalvas, no entanto, é nele que se afirma o que penso neste momento, se é que preciso mesmo de afirmação, de uma justificativa pífia para tanto.

Nascemos e nos tornamos vítimas. Ao longo de uma existência, pode-se optar por alguns males, talvez por todos, talvez por nenhum, difícil é deixar de ser vítima de algum deles ou até mesmo de sua ausência.

Prefiro ser eternamente afligido por qualquer coisa, de preferência não sempre a mesma coisa, mas ter algo com o que me preocupar. Algo que eu precise sanar. Algo.

Prefiro ser vítima. E, no fundo, todo réu é uma vítima.

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Incrível como, prestes a completar dezoito anos de vida, ainda me surpreendo comigo mesmo. Eu que já ri e caçoei de muitos por se deixar levar por algo que chamo de “romantismo barato” me torno cada vez mais uma vítima disso. Talvez não seja tão barato assim, já considero bem honesto e digno, mas ando me empolgando muito com aquelas velhas baladas românticas, estampando aquele sorriso bem babaca no rosto enquanto assisto às cenas felizes de Dan e Serena em ‘Gossip Girl’ (tenso!) e coisas do tipo.

Confesso, entretanto, que ainda estou sentindo aquela velha aversão a gente apaixonada perto de mim, ando meio afetado por isso. Alguns filósofos denominam esta sensação de “dor-de-cotovelo”, e eu, embora receoso, acredito que tenham razão.


Isso é só uma introdução (bastante resumida, diga-se de passagem) de uns sussurros mentais que ouço com certa freqüência. Ainda trabalho nisso. Continuarei, digamos, “traduzindo-os” e organizando-os de forma mais concisa. Alguns certamente ainda terão espaço aqui.

Um comentário:

  1. É. Tá virando Homezin. Só precisa parar de ouvir esses rocks de 2ª.

    Valeeu!

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