Poucos são os santos católicos tão emblemáticos como Jorge. Influente em outras religiões, algumas até não-cristãs, Jorge é sinônimo de força, de presença e, eu diria, coragem.
Coragem, meus caros, coragem... Virtude que me falta.
Talvez eu devesse me tornar um devoto.
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Salve, Vercilo:
♪ " Pode me abraçar sem medo... Pode encostar sua mão na minha... " ♫
... não quero que me façam grandes homenagens, ficaria feliz apenas em saber que cada pessoa com quem convivi lembraria-se de mim à sua maneira particular. Não quero tristeza nem remorso, apenas boas e carinhosas lembranças.
Quanto ao meu corpo, não tenho grandes pretensões. Nunca pensei de que forma quero ser velado, se quero ser enterrado ou cremado, afinal será apenas um corpo, não mais eu. Tenho apenas um desejo:
Quando eu morrer, espero que doem todos os meus órgãos. Quero sentir que ao menos morto eu consegui ajudar alguém, salvar uma vida. Mas, em especial, eu quero doar o meu coração.
E espero sinceramente que o próximo dono faça melhor proveito dele.
Talvez eu nem precisasse de muito dinheiro, só o suficiente para viver bem. Uma casa com uma varanda em que haja espaço para duas cadeiras (de balanço?), uma rede talvez, não muito mais que isso. Que fosse virada de frente para o sol da manhã, onde eu poderia sentar e ler o jornal todo dia bem cedo, enquanto tomo minha sagrada xícara de café.
Uma vista para um quintal, talvez gramado, com um pequeno jardim, pequeno o suficiente para que eu mesmo pudesse cuidar. Algum lugar confortável à sombra onde meu cachorro, também velho, repousasse. Algumas pequenas árvores, umas frutíferas e outras não, onde bandos de pássaros pousariam no começo de cada manhã e também nos fins de tarde. Um ar fresco que me entraria pelas narinas e inundaria meus pulmões prazerosamente, me entorpecendo com o frescor da natureza.
Um silêncio incomum às grandes cidades, quebrado apenas pelo som surdo da brisa fresca, de crianças que passam de bicicleta em frente ao portão ou da porta de se abre para uma linda senhora idosa sair.
Como vai? É, eu imagino que vá bem mesmo. Apesar de muitos filhos rebeldes por esse mundo afora, né? Mas não sei, sinto que estranhamente o Senhor tem tudo sob controle. Não tenho provas contundentes, nem ao menos indicadores, e ninguém nunca me convenceu disso, embora tenham tentado. E, mesmo assim, eu sei. Enfim... Não é sobre isso que eu vim falar hoje.
Provavelmente, do alto de sua onisciência, já sabe bem por que tipo de problemas tenho passado ultimamente. É verdade, não tem sido nada fácil, mas até aqui eu tenho conseguido seguir em frente, felizmente. Eu sei, dificuldades fazem parte da vida, não me queixo por isso, não mesmo. Eu, ironicamente, tenho até vontade de agradecer, mas não quero parecer infame.
Nesta quinta-feira santa, data tão marcante para a cultura cristã e especialmente para a cultura católica, peço o Seu apoio, meu Deus. Dia da instiuição da santa Eucaristia, dia em que Se igualou a cada um de nós, em que Se doou para cada um de nós, em corpo e sangue, por um propósito maior. Tenho fé no Senhor (não muita, mas tenho), sou Seu filho também, por isso venho até aqui para Lhe Pedir. Não, não acho que mereço, eu apenas preciso da Sua ajuda. Por favor.
E saiba que pode continuar contando comigo para o Seu projeto, eu ainda fico feliz em ser útil.
Sabe aquela impressão de que você está acordando àquele instante mesmo já estando acordado? É algo que vem me atormentando com certa freqüência ultimamente, quase todos os dias. Hoje, diga-se de passagem, aconteceu mais de uma vez.
Não é como se você realmente chegasse a dormir, porque não há nenhum vestígio de sonolência, mas é como cair, despencar quando se está num surf mental ao longo de pensamentos bastante absurdos e abstratos. Não, eu não espero que todos entendam isso.
Depois desse estalo eu quase não me lembro que pensamentos eram esses. Às vezes são sonhos, outras vezes são pesadelos. E tenho a impressão de que eu mesmo busco acordar em algumas ocasiões, principalmente nos momentos de sonhos, ótimos sonhos... mas irreais. Não sei se isso é totalmente ou minimamente consciente de minha parte. Mas é triste.
"Você acredita em mentiras porque a verdade machuca bastante,
Não quero ouvir o seu choro quando eu acordar."
Agora, pensando nisso, me sinto levemente (não muito) arrependido de "acordar" nesses momentos. Acordar pra quê? A realidade não tem graça, deixe que eu me afogue em meus devaneios.
Esta postagem é excepcional, trata-se de uma postagem de utilidade pública. Está bem... uma postagem de utilidade particular, uma vez que o grande (e único) interessado sou eu.
Sendo objetivo, quero saber quem fez a seguinte pergunta no meu formspring:
"Você nunca mais escreveu no seu blog!!!! pq assim como vc fez um texto pro natal e outras datas comemorativas vc n aproveitou e fez um pro dias das mulheres?"
Concordo com a autora desta pergunta, que não é dona Thaís Queiróz como eu pensei de início. A propósito, um salve pra minha leitora ilustre.
Continuando, eu realmente lamento não ter escrito nada sobre o dia das mulheres, que são tão importantes na minha vida. Aliás, esqueci de parabenizar muitas delas neste dia que lhes foi dedicado, muito embora todos os outros 364 também pertençam a elas. Deixo aqui o meu sincero pedido de desculpas e a promessa de que estou pensando em algo válido para compensar a minha falta.
O relógio marca, agora, 00h50. E a hora passa.
Leitora do meu blog, anônima do formspring, atenda ao pedido deste pobre: diga-me quem és. Deixaste-me curioso, não gosto dessa sensação.
Interessante como a sensação do coração acelerado transfere tamanho prazer à mente humana, refletido também em sensações físicas. Mais estranho é pensar no temor que sentimos quando estamos prestes a nos render a esse sentimento, como se sempre nos esquecêssemos de quanta falta isto faz para nossa pífia existência.
A estabilidade psíquica de uma pessoa serena, centrada, com seus pés bem firmes no chão é certamente um estado de espírito buscado por muitos, mas nem de longe se compara ao prazer da imprevisibilidade dos fatos, de estar totalmente perdido e entregue a alguma causa, algum sentimento ou, na “pior” das hipóteses, a alguém. Humanos, que confirmam e reafirmam a fama de imperfeitos dia-a-dia, insanamente debilitados e sujeitos ao controle de outro ser, um exato semelhante. É o tipo de situação que talvez devesse ser no mínimo angustiante.
II.
Abro os olhos de manhã E procuro te manter perto de mim... Acredito nessa sua fé pagã De que tudo fica bem no fim.
Cegos, surdos, impotentes perante algo tão maior, produzido por si mesmo, mas incontrolável. E é nisso que se traduz a vida, pois sem essas tempestades emocionais seria apenas existência.
III.
Estamos todos rendidos. Alguns não percebem, outros não assumem, mas estes são indicadores contundentes do fato. Não se pode fugir de si mesmo, e tentar é tão frustrante quanto tentar superar seu reflexo no espelho. Há quem jure ter conseguido.
E há quem acredite.
IV.
O coração desacelera, volta ao estado que ousamos chamar de “normal”. Aos poucos os vestígios do que outrora o excitou se afastam, até tornarem-se um estranho ponto embaçado num passado cada vez mais distante.
Não sou do tipo que crê em destino, do tipo que teme, ou pior, que se sujeita a algo supostamente pré-determinado. Sei que não devo me queixar tanto de tudo o que me aflige, pois tenho considerável parcela de responsabilidade em boa parte disso tudo. Felizmente (?) somos seres racionais o suficiente para enxergar, analisar e solucionar tais aflições. Em tese, ao menos.
Lembro-me de quando escrevi aqui mesmo a respeito do livre arbítrio. Acho que cheguei a questioná-lo em certos pontos. Mesmo com todas as ressalvas, no entanto, é nele que se afirma o que penso neste momento, se é que preciso mesmo de afirmação, de uma justificativa pífia para tanto.
Nascemos e nos tornamos vítimas. Ao longo de uma existência, pode-se optar por alguns males, talvez por todos, talvez por nenhum, difícil é deixar de ser vítima de algum deles ou até mesmo de sua ausência.
Prefiro ser eternamente afligido por qualquer coisa, de preferência não sempre a mesma coisa, mas ter algo com o que me preocupar. Algo que eu precise sanar. Algo.
Prefiro ser vítima. E, no fundo, todo réu é uma vítima.
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Incrível como, prestes a completar dezoito anos de vida, ainda me surpreendo comigo mesmo. Eu que já ri e caçoei de muitos por se deixar levar por algo que chamo de “romantismo barato” me torno cada vez mais uma vítima disso. Talvez não seja tão barato assim, já considero bem honesto e digno, mas ando me empolgando muito com aquelas velhas baladas românticas, estampando aquele sorriso bem babaca no rosto enquanto assisto às cenas felizes de Dan e Serena em ‘Gossip Girl’ (tenso!) e coisas do tipo.
Confesso, entretanto, que ainda estou sentindo aquela velha aversão a gente apaixonada perto de mim, ando meio afetado por isso. Alguns filósofos denominam esta sensação de “dor-de-cotovelo”, e eu, embora receoso, acredito que tenham razão.
Isso é só uma introdução (bastante resumida, diga-se de passagem) de uns sussurros mentais que ouço com certa freqüência. Ainda trabalho nisso. Continuarei, digamos, “traduzindo-os” e organizando-os de forma mais concisa. Alguns certamente ainda terão espaço aqui.
Pensamentos me surgem (e me atormentam) durante as atividades mais distintas, o que não deve ser extraordinário para ninguém. Na noite do último sábado eu sobrevivi ao Zorra Total aguardando o início de Super Cine pra ver o filme '24 Horas – A Redenção', baseado na famosa série protagonizada por Kiefer Sutherland no papel do agente Jack Bauer.
O filme (que não foi fabuloso como eu imaginava, consistiu em algo como um episódio comum com o dobro da duração) era sobre algo como uma (pós?) guerra civil num país africano onde Bauer se escondia da justiça americana numa escola assistida pela ONU que abrigava crianças órfãs, filhos e filhas das vítimas da violência geneneralizada. Um grupo guerrilheiro "recrutava" tais crianças para compor um exército de sangue comum, mas com a função principal de testas-de-ferro. Caos estabelecido do outro lado do atlântico, nos E.U.A. a presidente eleita (sim, uma mulher) estava em dia de assumir seu cargo na Casa Branca, já sabendo que teria em pauta dentro de algumas horas essa crise internacional.
O então presidente (quase ex) havia ordenado que as tropas americanas deixassem o país, alegando que “não devia por em risco vidas americanas numa guerra que não era sua”. A mulher prestes a assumir seu cargo discordava veementemente, dizendo que os E.U.A. deviam sim interferir com o objetivo de evitar um genocídio ainda maior do que o que estava em andamento. Num cenário claramente construído para que um seja vilão e o outro seja salvador do mundo, discutiram até o último momento numa reunião particular que tiveram pouco antes da cerimônia de posse.
E eu, apenas um rapaz latino-americano, tenho pra mim que é dessa forma que Hollywood ajuda no fortalecimento dos E.U.A. como potência econômica, militar e cultural, pois eles devem invadir o país para salvá-lo de um ditador que usa o nome de um deus, conceitos raciais ou outros argumentos para justificar suas ações extremamente agressivas. Lembra do Iraque? Alguns anos depois o próprio povo americano se dizia contra a permanência das tropas americanas em solo iraquiano.
Não quero dizer quem está certo, até porque provavelmente ninguém estará. Tenho alguns preceitos desde bem pequeno, alguns fortalecidos e moldados com um pouco de conhecimento adquirido especialmente no ano de 2009. Quero mandar um grande abraço pro Zé Luiz, tocador de pandeiro, fã de Michael Jackson e, nas horas vagas, meu professor de geografia, um cara que levava uns textos bem interessantes para serem lidos e discutidos em sala toda terça pela manhã, textos que me faziam acordar, e não digo isso apenas figurativamente. Já que citei o grande Zé Luiz, mando um salve pro pessoal que tá aí se preparando pra recuperação dele (amanhã, né?), da qual me livrei por muito pouco.
Talvez eu devesse, mas não guardo rancor de suas provas malditas, das vezes em que interrompia meu Stephen King (eu já tinha lido o texto dele e provei isso), muito menos de sua aparente antipatia.
Ainda é com certo orgulho que me recordo disso, com mais saudade do que poderia imaginar também. Foram três anos que realmente ajudaram a compor grande parte do que sou hoje.