Ainda no dia 1, muito incomodado pelos problemas do Windows Vista acumulados exponencialmente ao decorrer do tempo que afligiam a mim e ao meu computador, eu peguei o CD do Windows XP com meu primo para formatá-lo. Tendo uma partição exclusiva para arquivos pessoais, isso não seria um problema, seria a solução. Seria.
Ao inserir o CD, com o Boot já direcionado ao mesmo, após algumas mensagens de arquivos do Windows XP sendo copiados, abriu-se a tela para que eu selecionasse a partição que eu desejaria formatar. Vou formatar só o (C:), ora, que é onde está instalado o Sistema Operacional. Mas era a única unidade visivelmente disponível para a tarefa. Por que diabos não estava exibindo a minha partição de arquivos? Estaria incluída ali? Eu tinha meus receios.
Lembro de quando resolvi fazer essa partição. Pesquisei na Internet um modo de fazê-lo sem precisar de formatação. No Baixaki.com.br eu encontrei um interessante tutorial com o passo-a-passo, sem precisar baixar programa algum, burlar nenhum tipo de licença paga, usando os recursos do próprio Windows. E assim o fiz, satisfeito com minha própria astúcia e eficiência em resolver meus próprios problemas sem a assistência de um técnico especializado.
De volta aos meus receios em prosseguir com a formatação, eu resolvi parar por ali e tentar reiniciar o computador, do jeito que estivesse, para tentar salvar o que fosse possível (e mais importante) numa mídia removível qualquer que fosse. Aí surgiu o “Erro ao iniciar o Sistema...”, o que me fez tentar novamente. E novamente. Desgraça! Tanta coisa para eu fazer na Internet (nenhuma questão de vida ou morte, queria ir no Twitter, no Orkut, comentar o blog do Thiago Toste que eu já havia lido quando a Internet travou, enfim...) e essa coisa me empacando!Pois bem, tal pensamento já me fazia abrir mão de Gigas e Gigas de músicas, de discografias completas do U2, dos Beatles e do Rush. Também dos Killers e do Coldplay, essas não tão extensas. De arquivos pessoais, trabalhos de escola, fotos, muito mais. Grande parte das fotos estava postada em algum lugar do Orkut. Músicas podem ser baixadas novamente. Trabalhos de escola? Felizmente não preciso mais destes. Bem, nada mais me prendia ao Windows Vista. Resolvi esperar que meu pai chegasse em casa e dissesse se eu poderia formatar ou se ainda tentaria salvar de alguma forma alguns de seus arquivos. “Se tem que formatar, formate. É o jeito...” foram suas palavras, mas eu sabia que não significavam apenas isso. Algumas coisas de valor ele tinha, salvas no pen-drive, certamente. E assim prossegui com o meu dever, formatei a gloriosa máquina. Aguardar alguns minutos, talvez pouco mais de uma hora, e baixar alguns arquivos de volta seria todo o meu trabalho. Assim eu pensava até tentar me conectar à Internet novamente.
A placa-de-rede não estava ativada, foi o diagnóstico que a atendente do meu provedor me deu, isso só hoje, segunda-feira. Eu precisava do CD da placa-mãe para reinstalar drivers de áudio, rede e outras coisas mais. Encontrei coisas inimagináveis, inclusive o CD da placa-mãe do meu antigo computador, exceto o que procurava. Aqui eu mando um salve para Mr. Murphy e sua querida esposa, Lady Murphy.
Por que a Positivo não envia o CD da Placa-mãe junto com o computador? Por que o computador ficou tão ruim a ponto de eu querer formatá-lo? Por que eu não esqueço esse orgulho e entro em contato com um técnico nesses casos?
O camerlengo Carlo Ventresca (?) em ‘Anjos e Demônios’ poderia classificá-las de perguntas cuja beleza é não ter resposta. E um salve pro Dan Brown.
Talvez sejam, sim. Eu, porém, não enxergo a beleza aí. Não pela ausência de respostas, mas por ainda assim sustentarem demasiada complexidade.
Trinta de dezembro de dois mil e nove. O relógio marca, agora, 21h40.
Época de retrospectivas do ano que finda e de projeções para o ano seguinte. Enquanto alguns acompanham as previsões de pais-de-santo, médiuns, astrólogos, ciganas e semelhantes, outros fazem seus próprios planos, suas promessas, com base principalmente no que não foi cumprido em 2009. Não que eu estivesse com isso na mente, de fato não estava, mas algo me fez começar a refletir...
Quando se está de férias (mesmo que agora tratem-se de férias “definitivas”), ganha-se muito tempo para ver TV naqueles horários mais ociosos do dia. Pois bem, estava eu vendo o Vídeo Show, que não sei se continua sendo ao vivo nesses dias de fim de ano, quando a (belíssima) Fiorella Mattheis fez a seguinte pergunta ao grande André Marques: “André, me responda o seguinte... O que você fez em 2009 que não pretende repetir em 2010?”. Ele pensou durante alguns longos segundos até se dar conta de que haveria de pensar muito mais para chegar a qualquer conclusão.
A questão do arrependimento sempre foi algo muito abstrato e utópico para mim. Se fosse eu a responder essa pergunta... Bem, não consigo me lembrar de nada de errado que eu tenha feito o ano inteiro. Se fosse errado (ou eu assim pensasse), eu não faria. Só consigo pensar no que deixei de fazer, de falar, de sentir. Curiosamente ou não, é sempre a omissão que me causa mais arrependimento, não um simples ato. Passa pela minha cabeça agora todos os momentos em que fiquei calado, inerte, momentos que poderiam estar hoje entre os que me recordo com felicidade. Com satisfação, eu diria.
“And I want to be with you, be with you night and day Nothing changes on New Year's day”
Eis aí a nossa realidade estampada em um verso de canção. De 1983, pasmem.
Ainda assim, desejo e espero um 2010 melhor do que 2009. Com mais saúde, com mais dinheiro, com mais amor e com mais sexo, não necessariamente nesta ordem. Com mais amigos, ou simplesmente com melhores. Com mais ações e menos promessas. Que 2010 seja um ano proveitoso, para que em dezembro não se precise fazer novas (novas?) promessas para o ano seguinte.
Confesso que gosto desta cultura natalina ocidental, em que a gente se esquece que 25 de Dezembro era uma data em que os romanos comemoravam uma tal Festa do Sol, que virou símbolo para o nascimento de um tal Messias, o Salvador, que na verdade teria nascido por volta de Setembro ou Outubro. Em todo caso, meus sinceros parabéns e votos de felicidade ao aniversariante Jesus Cristo. 2009 anos com aparência de 33, não é pra qualquer um.
A gente também lembra que não existe um velho barbudo que se veste de vermelho e voa num trenó puxado por renas, mas esquece que existiu, sim, um tal São Nicolau que deu origem a toda essa lenda.
Mas eu gosto. A famíla se aglomera, problemas se dissolvem, se resolvem, parece mágica mesmo. Coisa do 'Espírito Natalino'? Deve ser... Pra quem não acredita em Papai Noel, vale acreditar nisso. Bem, eu acredito.
"I wanna roll around like a kid in the snow... I wanna relearn what I already know.
Just let me take flight dressed in red,
Through the night on a great big sled... I wanna wish you Merry Christmas!"
Esqueça o valor clichê desta frase e considere: mais do que nunca, o fim está próximo. Tão próximo que se torna visível, palpável. Quase incômodo. Durante esses três anos, me lembro bem, meu grande estímulo foi a esperança de que o dia de amanhã chegasse logo, tão logo fosse possível. Antes de entrar no Cefet a gente tem uma certa ilusão... que parece se desfazer lá dentro em, no máximo, um ano. Foi difícil, de fato. Não sei exatamente por que me sinto tão tocado por isso agora, justo agora. Do que vou sentir falta? De quem? De tudo, de todos, ora. Não há uma singularidade, não há qualquer particularidade nisso. Felizmente.
Pouquíssimo tempo atrás (no início dessa semana, mais precisamente) eu afirmava convictamente que esses foram os três anos mais longos da minha vida. Com mais certeza ainda, dizia que esta última semana seria a mais longa dos três anos. Ah, Victor... Não tente negar.
Há duas músicas que representam bem meu sentimento nesse momento. Afinal, já diz Lulu Santos que “hoje o tempo voa, amor, escorre pelas mãos...”:
Não sou do tipo de pessoa que se deixa tocar assim, facilmente. E quem me conhece sabe (bem) disso. Mas estou tomado por um sentimento muito distinto, nada habitual. É difícil descrever se isso é bom ou ruim.
Inegavelmente, sentirei muita, muita falta do convívio diário com cada um dos amigos que fiz nessa escola. Razões para isso não tenho. Ou as desconheço, simplesmente. Mas não preciso. Ninguém precisa.
“ Our time is running out... You can't push it underground, we can't stop it screaming out... ”
Cento e oitenta questões e uma redação depois, estou de volta. São e salvo. Estive ausente nos últimos dias, não sei ao certo quanto tempo. Bem, fim de semana de Enem e de Hexa Rubro-Negro. Movimentado, não? Penso que não poderia deixar de postar num período como este.
Se você também fez o Enem, conhece a proposta para tema da redação. Se não, você pode consultar o site do Inep, Mec, enfim... Não vou postar aquilo tudo aqui, perdoe-me.
Agora que você (presumo eu) conhece o tema, pode ler a minha redação. Ou não.
A Redenção Moral
Não é difícil depararmo-nos com a situação da ética nacional como motivo de piadas, de protestos acéfalos, por vezes (para os beneficiados) até de alegria, embora esta seja, antes de tudo, motivo apenas de tristeza e lástimas.
A indignação é apenas um marco, um passo inicial para a reação, não um simples ciclo vicioso e eterno, como quem diz “Estamos indignados, mas não podemos fazer nada”.
A ferida na honra nacional é real, está exposta para qualquer um que queira vê-la e, mais do que isso, é frequentemente agravada por acontecimentos (lamentavelmente) já cotidianos. São tantos os desvios, as sonegações, os superfaturamentos que já quase não nos incomodamos com a dor, nós a sentimos e suportamos. Calados.
Não é um estímulo para que permaneçamos “gemendo e chorando neste vale de lágrimas”. A redenção é sempre possível, mesmo que isso soe messiânico demais. Estejamos sempre atentos, para que não tenhamos o descuido de condená-lo outra vez.
Nunca fui (nem pretendo me tornar) um grande fã de Charlie Brown Jr., principalmente por não conseguir me adequar com a imagem de um artista que vive numa eterna pose, querendo parecer (ou aparecer) de uma determinada forma. Este, entretanto, não é o assunto que introduzo por esses versos de uma letra bem inteligente (como muitas) do Charlie Brown Jr.
Essas duas frases podem imprimir um significado muito óbvio. E, de fato, isto ocorre. Mas me chama a atenção a reflexão que pode ser iniciada a partir deste ponto. Você provavelmente conhece, concorda e desfruta do que chamamos de 'Livre Arbítrio', que consta no primeiro verso supracitado. Mas até onde faz-se o que se quer? Como um autor anônimo disse em outro texto, “eis mais uma questão”. Isso é contraposto no segundo verso, que indica implicitamente a existência de algo que interfere no “livre” arbítrio particular que nos cabe, algo que chamo de consequência (o trema não é mais problema, e, não, isso não foi uma rima planejada).
Discorro sobre assuntos sobre os quais nem eu mesmo tenho uma opinião totalmente formada. Ou melhor dizendo, opinião totalmente fechada. Penso enquanto escrevo, por isso não pretendo finalizar isso com uma conclusão com a qual você deverá concordar. Então, partamos do princípio sugerido pela questão: o que é o livre arbítrio perante as consequências?
Você certamente reflete antes de escolhas importantes. Mesmo que seja uma reflexão rápida para uma decisão importante como virar para esquerda para sair da rota de colisão de um ônibus ou uma reflexão longa sobre seu relacionamento com determinada pessoa. São exemplos. Em ambas situações, o que é analisado durante as reflexões? Eu chamaria 'consequência'.
Sim, existe. Sim, influencia fortemente no pensar e agir do ser. Não, não é algo negativo ou ruim. Considere o livre arbítrio uma função, sujeita a coeficientes, variáveis (e demais termos matemáticos dos quais não me recordarei no momento), e mais, isso não interfere apenas no que você faz mas também no que supostamente você quer, numa forma mais tardia, “a longo prazo”.
Não é simples. Não é exatamente lógico. Mas é belo, e gosto do que é belo.
"Não escondo o que faço, porque não faço nada errado. Se fosse errado (ou eu assim pensasse), eu não faria.
Isto é lógico, e gosto do que é lógico Porque o que é lógico é mais simples E o que é mais simples nos poupa de todo o resto."
Boa tarde.
Gostaria muito mesmo de que alguém comentasse de que isso tem alguma influência ou que lembra, mesmo que vagamente, Fernando Pessoa. Oh, criança iludida...
Sinto que o que posto aqui ainda não é exatamente o que se possa chamar 'atual', visto que criei o Blog ontem à noite e aqui já vai minha segunda postagem de algo que escrevi há algumas semanas. Acredito no lado positivo disto, no lado positivo que eu enxergo.
Deixo uma recomendação, minha primeira, para quebrar o possível silêncio em que você possa estar mergulhado:
Confesso que desconheço a vida de um blogueiro (aquele que lê ou que escreve num blog?), mas vamos começar devagar.
A seguir, algumas linhas que escrevi numa noite em que a internet não funcionava e eu de fato não tinha mais o que fazer.
"Consumido pelo tédio de não fazer nada, ansioso para fazer qualquer coisa. Cansado pelo que já faz, esgotado e sedento, adversamente ou não. Quem vê faz sua própria justiça, obedecendo ou ferindo seus próprios preceitos... Quem poderá julgar o que é correto? O que é julgar? O que é correto? Não se sabe ao certo. Whathever.
Por que tamanho medo do ócio? Buscamos o ócio. Poderia ser evitado, mas não é. E por quê? Eis a questão... Eis mais uma questão. Maldita vontade de regredir ao passado, talvez de avançar o futuro. Na verdade, vontade apenas de sair de onde estamos no tempo e no espaço. O aqui e o agora são terríveis, maléficos, por vezes dolorosos. Há tanta coisa que pode ser feita, ser dita, sentida. Mas não agora. Poderia ter sido antes, poderia. Nos resta o futuro, apenas. O imenso e breve, longíquo e tão próximo futuro. Eis que já chega agora e quando mal se nota já é passado. A vontade é tamanha de te encontrar... Não sei ao certo o que quero, sei que quero e quero muito. Sinto tanto essa falta, essa saudade estranha. Espero poder saciá-la um dia. Um dia não, tão logo for possível. É o que quero. É o que necessito. Não sei por que não busco."